IPCA-15 e o Medo de Recessão

Na primeira prévia da inflação de 2022, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor 15, que faz a coleta de dados do dia 16 ao dia 15 do mês seguinte), caiu agora em janeiro para 0,58% em relação a dezembro, que foi de 0,78%. No entanto, o mercado esperava que o índice ficasse um pouco abaixo de 0,50%.

Os fatores que influenciaram o índice para baixo foram Alimentos, onde os preços cederam bastante, e principalmente Combustíveis, onde inclusive passagens aéreas teve forte colaboração nesta conta.

Isso é uma boa notícia pois o mercado começa a trabalhar com um IPCA-15 na casa de 0,5% e não mais na casa de 1%.

A má notícia é que, a área de serviços continua pressionada sem uma normalização da economia e uma recomposição de seus preços. O preço dos bens industriais também não ajudou muito, mostrando a dificuldade das cadeias globais de produção em retomar a normalidade. Consequentemente, essas foram as áreas mais difíceis para combater a inflação até o momento.


Com o IPCA-15 acima de 0,5%, provavelmente deve forçar o Banco Central(BC) a decidir aumentar a taxa de juros em 1,50% , deixando a Selic em 10,75%. A grande questão que o mercado enfrenta hoje é o que o BC fará na sequência. Acredita-se que haverá muita ansiedade na próxima reunião do COPOM(Comitê de Política Monetária) para sinalizar quais serão os próximos passos. Dificilmente haverá outro aumento de 1,5%, como o de agora em fevereiro. Talvez haja alguma pista de desaceleração no ritmo de alta na próxima ata, pois conforme o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou recentemente, o ciclo de altas de juros já chegou ao seu platô.

O mercado acredita que o ciclo de alta do juros se encaminhará para uma desaceleração ou para uma conclusão, até porque, os indicadores da economia tem piorado e há uma com preocupação com o PIB de 2022, com o país podendo mergulhar numa recessão.

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