Para ter Segurança na Bolsa a Recomendação é Commodities e Saneamento

    Em um ano de retirada de estímulos econômicos nas principais economias e tendência de juros altos em todo o mundo, podendo gerar contração de consumo, toda cautela é pouca na hora de decidir onde investir seu dinheiro. Mas, alguns segmentos que dependem de reformas estruturais ou que estão relacionados com preços internacionais podem colocar seu capital para render. Saneamento, logística, energia, petróleo e siderurgia são setores confirmados que terão investimentos de acordo com executivos das empresas e planos de negócio enviados ao regulador do mercado.
    Segundo levantamento preliminar da consultoria Delloit foram anunciados mais de U$500 bilhões em investimentos até 2030. São investimentos de médio e longo prazo com uma alocação de recursos maior que em 2021. O grandes destaques serão as indústrias petroquímicas, siderurgia e projetos ligados a petróleo e gás.

    Para 2022-2026 a Petrobrás anunciou em novembro um plano de negócio de U$68 bilhões, 23% maior que o anterior, com ênfase em produção e exploração de petróleo e gás natural. Nesse período, a Petrobrás também prevê um desinvestimento entre U$15 bilhões e U$25 bilhões, o que abre espaço para que novas empresas invistam nestes ativos que a Petrobrás está se desfazendo para cobrir suas dividas. 

    Na área de saneamento, para 2022-2026, a Sabesp, a Copasa, a Sanepar e a Corsan prometem investimentos na ordem de U$45,55 bilhões, 67% acima do que foi investido entre 2017-2021. A Corsan, que entrará com privatização em bolsa poderá gerar 1 bilhão em oferta de ações.

    "Para este novo ciclo a Corsan pode ser a primeira oportunidade para entrar no mercado via bolsa. O mercado de saneamento tem muito a ganhar e faltam empresas para serem investidas, então a Corsan poderá ser um veículo para uma futura expansão pelo Brasil", segundo Fábio Abrahão, diretor de infraestrutura, concessões e PPPs do BNDES.

    De acordo com o novo marco regulatório, de julho de 2020, as empresas terão que fazer chegar água potável para 99% da população até 31 de dezembro de 2033. Assim, U$42,2 bilhões estão contratados das empresas que participam de leilões promovidos pelo governo federal, com destaque para o Cedae, do Rio.

    Para a agência de classificação de risco S&P Global Ratings, saneamento será destaque, é parte de uma questão mais ampla do papel de infraestrutura como atrativo de investimentos nos próximos anos, e isso ultrapassa questões de curto prazo como eleições.

    Também há oportunidades no segmentos de rodovia e aeroportuário. Estão previstos três blocos de concessões para a próxima rodada, totalizando 22 aeroportos que incluem Congonhas e Santos Dumont.

    O setor de infraestrutura de comunicações também terá importante entrada de investimentos com a implementação dos serviços móveis (5G). O leilão realizado em novembro contratou cerca de U$47,2 bilhões, segundo a Anatel, a ser realizados ao longo prazo pela vigência dos contratos.

    Claro, Tim e Telefônica são as predominantes, mas também há novatos, como a Brisanet, que meses antes do leilão abriu o capital e  captou U$1,25 bilhão, maior parte dedicada para expansão da rede, segundo prospecto da oferta inicial de ações.

    Mineração e siderurgia continuaram a serem destaque na bolsa, na balança comercial e nos investimentos. a Vale tem U$5,8 bilhões reservados para o ano, 7,4% a mais que no ano passado. A projeção da mineradora é manter suas despesas de capital entre U$5 bilhões e U$6 bilhões com uma previsão de 370 milhões de toneladas de capacidade de produção de minério de ferro ao fim do ano, podendo recuperar os níveis de demanda e preço vistos no primeiro semestre do ano passado caso ocorra uma retomada chinesa num pós-pandemia.

    A CSN Mineração tem um investimento previsto para este ano de 5 bilhões, 70% maior que no ano passado. Em que considera um ano com redução as restrições a produção de aço na China e um pequeno crescimento da oferta.

    Na siderurgia prevê-se investimento de U$4,1 bilhões neste ano, comparado a U$2,8 bilhões do ano passado.

    A Gerdau prevê investimento no aumento da capacidade produtiva no Brasil em U$500 milhões a partir de 2024. Neste ano serão U$130 milhões nas operações da América do Norte e U$140 milhões em melhorias no portfólio de aços especiais.

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