Economia Mundial Pode ter Freada Brusca este Ano

A economia mundial deverá recuar até o fim do ano e os riscos de uma recessão são altos no contexto da invasão da Ucrânia pela Rússia e das novas paralisações provocadas pela covid-19 na china, avalia o Peterson Institute for International Economics (PIIE).

Uma combinação de fatores que inclui a disparada dos preços do petróleo depois do começo da guerra, a retração do consumo com maior alta dos preços em 40 anos e a desaceleração do crescimento da China, aumenta chances de uma contração, segundo o PIIE.

O crescimento global reduzirá o ritmo para 3,3% neste ano e no próximo, comparado aos 5,8% de 2021, afirmou o Peterson Institute, acrescentando que os EUA devem crescer 3% neste ano e 2% em 2023. A estimativa do PIIE está de acordo com a maior parte das previsões do setor privado, com economistas prevendo um crescimento anualizado dos EUA de 3,3% neste ano, seguido de um crescimento de 2,2%, segundo uma pesquisa feita pela Bloomberg em abril.

Após um ano de recuperação da fraqueza relacionada à pandemia, quase todos os países estão vendo uma desaceleração significativa do crescimento afirma pesquisadora sênior do PIIE e ex-economista-chefe do Departamento do Tesouro dos EUA.

Após uma recuperação que acompanhou a reabertura da atividade econômica nos países depois dos lockdowns causados pela covid-19, e os estímulos do governo nos EUA, as economias enfrentam problemas: os consumidores têm dificuldades em aceitar os preços elevados e gargalos na cadeia de suprimentos interromperam a entrega de produtos.

A invasão da Ucrânia pela Rússia exacerbou ainda mais esses problemas, enquanto a China adotou lockdowns em várias regiões de peso, num momento em que o governo combate novos surtos de covid-19 relacionados à variante ômicron. As medidas deverão desacelerar o crescimento do país.

O PIIE estima que o núcleo da inflação nos EUA deverá cair para 4,1% neste ano e recuar ainda mais, para 3%, em 2023 e mesmo assim ficaria bem acima da meta de 2% do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA). Os preços ao consumidor, excluindo-se energia e alimentos, dispararam 6,5% em março em comparação com o mesmo mês do ano passado, ficando ligeiramente abaixo da expectativa dos economistas.

As autoridades do Fed aumentaram as taxas de juros em 0,25% e projetaram preliminarmente sete outras elevações para este ano. Embora a medida deva contribuir para esfriar os preços, o Fed corre o risco de exagerar na correção, disse o PIIE. Uma política monetária mais apertada reduzirá a demanda por trabalhadores, com o abrandamento da escassez de mão de obra, fator que puxará a taxa de desemprego para cima, para 4,5%, nível superior ao do período pré-pandemia, segundo o grupo.

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